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Vampiro: A Idade das Trevas – Onde está a História no cenário? - Introdução


Primeiramente vou falar daquele que foi o meu primeiro RPG, quando comprei meu primeiro livro e comecei a pensar em narrar a minha primeira crônica.

20 anos atrás, na escola onde cursava o 1º ano do ensino médio, ao invés de estar na sala de aula, eu estava no refeitório do CEFET - PA criando aquele que seria meu primeiro personagem Assamita de Vampiro: a Máscara, Samir Abdul Al-Fayed. Folheando o “Guia do Jogador de Vampiro” e sendo ajudado pelo Anselmo, pela Jane e a Laura, eu senti falta de um pouco mais da história daquele clã que, até ali, eu desconhecia, e foi quando o narrador, André, me passou um grande livro de capa escura, que também possuía uma rosa vermelha na capa e disse: Se quiser saber a história deles, tem que ler este livro!

Assim, coloquei as minhas mãos pela primeira vez em um exemplar de Vampiro: A Idade das Trevas e quase li o livro inteiro naquela manhã, lembro até hoje que o Cássio, o dono do livro, e o Eric me olhavam torto por não largar o livro de jeito nenhum, pois aquele livro reunia duas das minhas paixões de adolescente, RPG e Idade Média. Aquele livro foi o meu primeiro amor escolar, e eu senti uma dor no coração quando ele foi tirado de mim pelo seu dono e enquanto me dirigia entristecido, para a sala de aula, eu só tinha uma ideia na cabeça: Eu tinha que ter um exemplar daquele livro!


Não, eu não roubei o livro do Cássio, mas perguntei a ele quanto havia custado o livro, depois contei as minhas moedas e na hora do almoço, eu saí da escola e fui até a Cult Shop, que ficava na Quintino com a José Malcher, em Belém, e comprei o meu livro, meu primeiro livro de RPG, apesar de jogar RPG desde 1994, mesmo sabendo que ia ficar a semana inteira sem comprar uma coxinha na escola, vida de adolescente...

À tarde, quando nos reunimos para jogar, eu já estava com o meu livro em mãos, não peguei mais o livro do Cássio emprestado, e lembro que acabei jogando bem pouco com aquele Assamita, tudo o que eu queria fazer era ler todo aquele livro e preparar a minha primeira crônica como narrador de Idade das Trevas, e foram pelo menos três grandes crônicas até o Vinicius aparecer com a ideia de criar um Caern de Lobisomens na escola.

Aquele livro foi um divisor de águas na minha vida, tanto que quando me perguntaram na UFPA, no primeiro dia de aula, porque eu havia escolhido cursar História, a minha resposta foi: Por causa do Vampiro: a Idade das Trevas. Uma pena que, depois de estudar todas as vertentes históricas e conseguir entender a “História” do livro, eu passei a não gostar tanto dele assim.

Acho que já deu pra perceber que não farei uma resenha do livro, o que eu pretendo fazer é responder a pergunta do título dessa postagem e tentar apontar onde está a História naquele livro lançado pela White Wolf e traduzido pela Devir Livraria em 1998.

Mas primeiro, tenho que deixar algo explicado logo aqui no início, no título, a palavra “História” está com letra maiúscula, uso ela assim, pois estou falando da disciplina História e daquela história que é ensinada na universidade. Quando estiver falando das histórias e narrativas do jogo, ela estará com a letra minúscula.

Então, do que trata o RPG Vampiro: A Idade das Trevas?


Vampiro: A Idade das Trevas é um cenário histórico do RPG Vampiro: A Máscara, que se passa na Idade das Trevas Medieval – especificamente no ano de 1197 D.C, um período conhecido como a Longa Noite.

A linha Idade das Trevas, que teve mais de 30 suplementos nesta 1º edição, expandiu a história e a configuração da Máscara, adicionando dados históricos e preenchendo as lacunas, além de introduzir mecanismos mais tarde usados no Vampiro: A Máscara 3º Edição. Muitos desses conceitos foram posteriormente trazidos de volta à Idade das Trevas, em sua segunda edição conhecida como Dark Ages: Vampire, que se passa em 1230, durante a era da Guerra dos Príncipes. Vampire: The Dark Ages 20th Anniversary Edition estendeu ainda mais a linha do tempo para 1242.

A Longa Noite

A Longa Noite é, na sociedade cainita, o período que começou com a queda de Roma (século V dC) e terminou com o saque de Constantinopla durante a Quarta Cruzada (1204). A Longa Noite abrange a Idade das Trevas, que é como o livro se refere a primeira parte da Idade Média. O fim da Longa Noite anunciou o início da Guerra dos Príncipes; o período de tempo que abrange essas duas épocas é conhecido coletivamente como Medieval Sombrio.

Medieval Sombrio

O Medieval Sombrio, ou Mundo Medieval Sombrio, é o período de tempo em que a linha da Idade das Trevas dos livros do Mundo das Trevas é definida.

Visão geral

Em termos mais amplos, o período de tempo do Medieval Sombrio se estende desde as invasões vikings do século IX e até a eclosão da Peste Negra no século XIV. Em termos específicos de vampiros, o Medieval Sombrio abrange a Longa Noite (como representada no cenário de Vampiro: A Idade das Trevas) e a Guerra dos Príncipes (como representada em Dark Ages: Vampire e Vampire: Dark Ages V20). O cenário da Idade das Trevas concentra-se especificamente na Europa, no final do século XII a meados do século XIII, na sombra de eventos "contemporâneos" do mundo real, que vão desde a Terceira Cruzada até a invasão mongol da Europa.

Notem que, estes dois conceitos que o jogo possui, a Longa Noite e o Mundo Medieval Sombrio, além é claro do subtítulo do livro, A Idade das Trevas, são essenciais para a nossa análise, e falarei mais deles na próxima postagem

 

 

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3 Comentários

AGUARDANDO!
ANSIOSAMENTE!
O
PRÓXIMO
POST
!
Mike Wevanne disse…
Massa esse tom de crônica que o texto tem para contextualizar o conteúdo, Chuva.

Meu primeiro RPG comprado foi Arkanun... Comprado literalmente com moedinhas que sobravam do "troco do pão", hehehe! XD

Agora que consegui um entendimento melhor do que compreende a "Idade das Trevas", legal a comparação entre a forma como os períodos são entendidos pela ficção do jogo e como a história delineia esses períodos.
Bruno Neves disse…
Salve Mike.
Meus professores da UFPA odiavam quando eu escrevia meus textos neste formato, mas foi a forma que eu encontrei para falar de coisas das quais eu fiz, ou faço parte. Acho que nos aproxima bastante do leitor e de quem teve uma história parecida com o primeiro contato com livros de RPG.