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Posts que falam o que penso 1 - Emo: A Lagrima... digo Vampiro: A Máscara!!!

Um grande post tirado do blog "i think that... wherever"
postado por "C"
Isso ae, RPG de macho vc reconhece pela capa…
  • Eu não acho realmente que alguma coisa deva ser julgada APENAS pelo seu publico alvo. De fato, algumas coisas relativamente boas tem publicos completamente idiotas (como Linux e Los Hermanos) e isso é um fato da vida. Agora, quando você para e repara que adultos (tanto mental quando fisicamente) raramente jogam Vampiro, é de se considerar que há algo podre no reino pós-morte da Dinamarca.

  • Vamos começar que vampiros são péssimos monstros. Pior do que péssimos: no conceito moderno de vampiro eles são praticamente os emos dos monstros do imaginario popular. Ah, vamos lá, lobisomens são criaturas amaldiçoadas que quando se transformam viram maquinas de matar sem remorços para ter que conviver com as consequencias (ou não), no dia seguinte, algo nos moldes do Incrível Hulk. Zumbis são maquinas de matar acefalas sem qualidade, mas que oprimem pelo terror da quantidade e da onipresença (hey zumbis corredores de Exterminio VTNC!). O velho monstro sem nome do dr. Frankenstein então, pqp, fale-me sobre como um monstro deve ser profundo e foda ao mesmo tempo! Mas vampiros são como adolescentes mimados que entre se gabar como são muito mais fodas e superiores aos humanos sentam ao redor da mesa e choramingam o quanto é terrivel viver para sempre e o quão atormentados eles são. Vampiros são emos com dentes pontudos.

  • Ou seja, uma bosta de monstro.Então não é de estranhar que um protagonista capenga desse tipo fosse gerar um jogo igualmente capenga… vamos lá: Vampire: The Mascarade

  • Ok, admito que idéia da White Wolf não foi ruim realmente: eles pegaram um monstro medieval da mitologia, leram um monte de Anne Rice e colocaram uma roupagem gótica-punk nele (alias gótico-punk é a marca dos anos 90, e depois dizem que os anos 80 é que foram os anos perdidos…). Alguns dos conceitos apresentados são interessantes (os clãs, as adaptações modernas para as caracteristicas dos vampiros, a origem), outros originais e a narrativa é relativamente bem feita. Por mais emos que os vampiros sejam sem graça, vc poderia eventualmente construir uma boa partida sobre o quão doloroso e confuso é ir perdendo sua humanidade e inevitavelmente se tornar um monstro vagamente mais conciente do que um animal selvagem. Ou menos que isso.

  • O cenário é bem descrito, com uma vasta intriga politica e hierarquias e pá. Realmente complexo e bem feito.Não é lá do meu agrado, meio adolescente demais pro meu gosto mas tenho que admitir que o cenário realmente tem seu valor para quem gosta. Sem problemas até aqui.

  • Bem, então qual o problema?

  • O problema, o grande problema desse RPG é que o cenário é lindo, melancólico, sujo, profundo e maravilhoso. Bem, ok, isso não é um problema, eu sei, calma. O problema realmente é que esse cenário lindo, melancólico, sujo, profundo e maravilhoso simplesmente não fundiona na pratica porque os caras da White Wolf esqueceram de um pequeno, minusculo, praticamente imperceptivel detalhe: RPG não é um livro, RPG não é poesia, RPG não é um conto. RPG não é sobre sentar ao redor da mesa e discutirmos nosso sentimentos. RPG é um jogo.

  • Com muita imaginação, improvisação e interpretação, sim, mas ainda sim um jogo. Um jogo com regras. E no caso de Vampiro: A Mascara, um jogo com regras porcas que destroem completamente o cenário. O que era para ser um jogo sobre politicagem, horror e decadência (premissas essenciais de vampiro) acaba arruinado pelas regras que transformam o jogo numa mera competição para ver quem tem o pau maior.

  • Vamos começar que a tal da “Mascara”, apenas a premissa essencial do cenário, é de uma imbecilidade impar. Pra quem não conhece o sistema vou explicar: “A Mascara” é o conjunto de regras que os vampiros devem seguir para ocultar sua existencia de seu rebanho (nós, meros mortais). Cada cidade tem um principe, o vampiro mais fodão vigente, que deve zelar pela mascara e mandar como quiser e puder nos noobs (ou neofitos nos termos do jogo) sob pena de se ver com os vampiros mais fodões ainda caso a sua cidade vire uma bagunça (reparam quanta fodonice temos até aqui?).

  • Só que na pratica isso é, como eu já disse, de uma imbecilidade impar. Porque no jogo os vampiros são tão fodas, tão mais poderosos que os humanos que o cara se pergunta porque afinal de contas eles temem alguma coisa quando eles tem poder suficiente para fazer como as maquinas fizeram em Matrix e fim de papo. É dada uma desculpa furada que na idade média as coisas não eram assim, era a festa do oba e por isso os vampiros foram quase extintos pela inquisição e outros mortais mas se vc for ver o poder de vampiros da idade média (Vampire Dark Ages é outro suplemento onde as aventuras dessa turminha do barulho se passa na idade média) vai ver que a coisa é mais sem pé nem cabeça já uqe os vampiros eram mais foderosos do que são hoje (já que pelo jogo a cada geração, ou seja, a cada nova cria o sangue vampirico vai enfraquecendo).

  • Quando vc consegue arremessar carros com uma mão (sem exagero, isso é relativamente simples) ou dominar o mortal que vc quiser estalando os dedos, vc se pergunta porque afinal de contas vc daria a minima para o que os mortais pensam ou acham de vc? Pois é, os jogadores se perguntam isso e como não existe resposta, mortais são mera fonte de alimento e era isso. Ou seja, já começou ao cenário ir pro brejo.

  • Varias figuras estão conversando num bar e um deles exclama
  • - Eu sou um vampiro Brujah!
  • - Grande coisa, eu sou um assamita de 9a geração!
  • - Ora, convenhamos isso não é nada pois eu sou um changeling!
  • - Fiquem quietos os três, pois eu sou o avatar de um anjo caído!

  • Ai todos param e olham para o sujeito magrelo que tinha ficado quieto bebendo sua bebida
  • - E você, o uqe é?
  • - Eu sou um humano
  • - Um humano tipo um mago, vc quer dizer?
  • - Não, humano comum mesmo
  • - Então um caçador das trevas com poderes de fé ou algo do tipo?
  • - Nada disso, sem poder nenhum. Humano normal mesmo…
  • - MEU DEUS VENHAM TODOS VER! UM HUMANO COMUM!- NOSSA EU SÓ TINHA OUVIDO FALAR DELES! NÃO SABIA QUE ELES EXISTIAM REALMENTE ACHEI QUE FOSSEM LENDAS!!!

  • Ou seja, até aqui foi para o espaço o cenário, a proposta de horror pessoal, o vinculo com a nossa realidade (que seria um atrativo do tipo “pode se passar na sua cidade), a seriedade (pq ser responsavel quando vc tem tanto poder e nenhuma consequencia?).. então o que resta? Bom, segundo o cenário a sua interação com os outros players, NPCs e etc é apenas uma competição besta de, como eu ja disse, quem tem o pau maior. O unico objetivo palpavel no jogo é querer ser o mais foda, passar a perna em todo mundo e etc. É um RPG praticamente de competição, não de cooperação.

  • O melhor jeito de haver horror pessoal, querendo ou não, é tendo personagens fracos, que irão sofrer com os acontecimentos do mundo e com as consequencias dos seus atos… se todos os personagens estão preparados para tudo e para todos… aí não há horror pessoal mesmo.

  • Mas espera, ainda tinha o negócio da perda da humanidade! Isso pode ser um bom ponto a ser explorado no jogo, não?Err… não. Quanto mais inumano o seu vampiro vai se tornando, quanto mais ele vai cedendo a besta (que teoricamente deveria representar o drama do vampiro em tentar resistir a tentação de se tornar um mero animal) vc vai perdendo pontos de humanidade para os seus atos monstruosos e vis e quando vc perde todos vc perderia o seu personagem já que ele se tornou um animal irracional praticamente. Em teoria isso serviria para conter os jogadores, impor limitações a “maldade” deles e tentar faze-los representar um pouco de humanidade e o drama do horror pessoal já que a “sede da besta” bate de frente diretamente com a sua tentativa desesperada em manter a sua humanidade. Da pano pra fazer um personagem legal e interpretação rica né? Bem …

  • … teoricamente… porque pro jogador não perder seu personagem (o que? dizer para um adolescente revoltadinho que os atos possuem consequencias? só se vc quiser perder um consumidor…) existe uma coisa chamada “trilhas de sabedoria” que na pratica eliminam esse sistema de humanidade e seu vampiro é livre para fazer o que ele quiser do jeito que ele quiser da forma mais cruel e malvadona que ele puder pensar sem penalidade nenhuma… e aqui jaz a triade da premissa do jogo já que o cenário foi pro espaço acompanhado do horror pessoal e do drama da interpretação de uma criatura amaldiçoada. Some isso a um sistema simplista de regras capengas que deixa buracos colossais para favorecer IMENSAMENTE quem tenta ser o mais fodão e vencer o jogo e ta armado o barraco… alias o sistema é tão fraco e tosco que Vampiro ficou famoso entre os emos como um jogo de interpretação mais do que os outros RPGs justamente por causa disso: como vc está por contra própria devido a ineficiencia do sistema, interpretar é a unica diversão que pode restar pq o sistema em si não é nada divertido…

  • Então tem duas maneiras de vc jogar vampiro e se divertir: ser a porra de um adolescente revoltadinho chato que quer descontar sua frustração do mundo sendo du mauuuu (isso se aplica mais ainda aos mestres, que querem mostrar tanto quanto os jogadores que são os fodas e querem se auto-afirmar como pessoas vencendo o jogo) pra isso competindo e vencendo os outros jogadores… ou então desligar seu cerebro e sair por aí “avacalhando” um mundo de mentirinha (ex: eu taco um carro nele e matoh tudaum e saio voando, roflolhehehe).

  • Como “mente vazia é oficina do diabo”, a falta de um objetivo ao jogo transforma a coisa nessa competição besta adolescente…

  • Que bela bosta, não?

  • Isso responde porque raramente vc vai ver adultos jogando Vampiro… já que esse é um jogo talhado a mão para a mesma turma de emos “incompreendidos” de preto revoltadinhos que choram pq as bandas “se vendem” e retardices do tipo querendo descontar suas frustrações patéticas sendo du mauu e fodõoooes , nossa…

  • Mais da metade dos jogadores de vampiro são adolescentes (tanto fisica como mentalmente) que se acham muitos maus e maduros. Quando sairem dos cinco anos de idade mental pode ser que deixem de ser jogadores de Vampiro já que eles se associaram a figura do vampiro pq ele é um simbolo “du mau incompreendidu” de “revolta” ao poder divino, resumindo: A maioria dos jogadores de vampiro são adolescentes revoltadinhos sem nada pra fazer.

  • Existem bons jogadores de vampiro? Existir existem e eu até conheço alguns, mas digamos que a proporção é a mesma que tentar encontrar um fã de Los Hermanos que não seja pseudo-comunista e mesmo encontrando um desses eu diria que é mais negócio aproveitar um jogador tão bom para algo mais consistente e funcional, como D&D se vc quiser aventura (uma que funcione pelo menos) ou Call of Cthulu se vc quiser terror, tensão e tantas outras coisas mais…

  • Mas caso vc ainda insista em jogar, algumas regrinhas básicas não escritas para vc pegar o feeling do jogo:

  • - Todo Príncipe é de 6a. Geração ou menos (3a é a geração mais foda, cada uma depois dessa vai perdendo poder), com pelo menos umaDisciplina 6 (o maximo é 5), e tem um esquadrão letal de servos. Ele só pede a ajuda dos personagens porque gosta de ser fodão e dizer: “Façam isso, desse jeito, senão…”

  • - Se um NPC tiver uma entrada misteriosa, não o ataque. Ele é o NPC designado pelo Narrador para mostrar o quão ineptos e fracos são os personagens dos jogadores.

  • - Jogadores com nível alto de Dominação ou Presença usarão seus dons para conseguirem favores sexuais de NPCs… e ocasionalmente PCs… Em casos extremos, NPCs farão isso com PCs também.

  • - Não saia de casa sem uma katana, machado de duas mãos, metralhadora .50 (daquelas de helicopteros), serras elétricas, ou uma combinaçãodesses aparatos. Bazucas também são uma boa escolha. Aliás, o que você está fazendo sem o Guia do Jogador da 2a. edição? (Aquele que tem tanques, caças, helicópteros e explosivos pesados na seção de “equipamento”)

  • Coloque pontos em Geração e Recursos. Você não precisa de mais nada. Fuja de Lacaios, Aliados e outros Antecedentes que enriquecem seupersonagem, a menos que seus aliados e lacaios sejam ninjas e soldados treinados. Mas cuidado! Alguns Narradores matarão seus lacaios ealiados na primeira cena do jogo, só para você não usá-los. Estranhamente, ele não vai reduzir os níveis de Recursos e Geração dosdemais jogadores. Pensando bem, recursos provavelmente serão tirados de você na primeira cena também…

  • - Na hora de escolher um Clã, verifique se ele tem Metamorfose, Taumaturgia, Tenebrosidade, Necromancia ou Vicissitude como Disciplinas. Se não tiver, esse clã tem pouco potencial para interpretação.

  • - Se alguém usa sobretudo negro, é um aliado. Se usa sobretudo negro e óculos escuro, apesar de ser noite, é inimigo (porque ele é mais fodãodo que você). Se não usa sobretudo negro, é comida.

  • - Conceitos comuns em jogos de Vampiro: Batman, Super-Homem, Jack Sparrow, Hannibal Lector, ninja, Samurai, vikings, Bin Laden, equalquer protagonista de anime do momento… basta adicionar sobretudo negro e jogar!

  • - O objetivo do jogo é reduzir sua Humanidade o mais rápido possível. Quando chegar a um, pegue uma Trilha de Sabedoria (especialmenteaquelas que te incentivam a matar coisas e ser o quão imoral você quiser). Viu? Isso que é potencial interpretativo de um jogo! Não é como D&D, em que o objetivo é matar coisas!

  • E chega disso.

LInk para o post original:http://ittw.wordpress.com/2008/10/20/emo-a-lagrima-digo-vampiro-a-mascara/

Nota do Chuva: O texto não é meu, mas ilustra bem o que eu penso sobre o antigo mundo das trevas como um todo, não só Vampiro: A Mascara, mas tambem de seus jogadores (Pseudo - Rpgistas).então ao inves de escrever mais do mesmo... e crio uma nova coluna no Blog Do Chuva: Posts que falam o que eu penso.


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3 Comentários

Vitor Coelho disse…
Simplesmente, a MELHOR descrição de vampire até aqui, vou até o autor dar os parabens.
Anônimo disse…
PERFEITO!!! simplesmente PERFEITO!!!
Ricardo Marques disse…
Isso ta mais para a descrição de um narrador incompete de A Mascara do que pro jogo em sí. É o mesmo de eu chegar aqui e dizer que D20 é uma porcaria porque não tem historia e tudo se resume a "abrir a porta, matar o monstro e pegar seu tesouro".

E a julgar pelos erros gritantes, o cara se leu muito foi o livro basico e mesmo assim deu no maximo uma olhadinha rapida.

Vampiro A Mascara tem defeitos sim, defeitos graves ate que me fizeram larga o jogo atualmente, mas o texto ta BEM fraquinho e não demonstra conhecimento do jogo.