A Gesta Francorum (“Gesta
dos Francos”) é uma crônica da Primeira Cruzada, escrita em latim em torno de
1100-1101 por um participante da épica empresa sagrada.
O nome completo é Gesta Francorum et aliorum Hierosolymytanorum(“Gesta dos Francos e os outros peregrinos para Jerusalém”). Esta Crônica narra os acontecimentos da Primeira Cruzada a partir do lançamento, em novembro 1095 até a batalha de Ascalon, em agosto de 1099.
Ninguém sabe o nome do autor (que muitas vezes é referido como “Anônimo”), mas é sabido que fazia parte do exército cruzado recrutado por Boemundo de Taranto em 1096, no ducado de Apúlia, sul da Itália. Quase certamente foi um normando ou italiano, e deve ter sido apenas um cavalheiro, e não um grande líder ou um clérigo.
O relato foi composto e redigido durante a Cruzada com a ajuda de um escriba que, ocasionalmente, acrescentou comentários pessoais.
A Gesta descreve o dia-a-dia da Cruzada (itinerário, operações táticas, logística) e aquilo que se passava no ânimo dos cruzados (mudanças de estados de espírito, disposições em relação aos gregos, etc.). Enquanto depoimento de uma testemunha ocular dos acontecimentos, a Gesta tem um valor incomparável.
Para os contemporâneos cultivados da Idade Média, seu autor era um “rústico”. Foi assim que Gilberto de Nogent escreveu sua Dei gesta per Francos (1108) com base no original, mas dizendo que ele “muitas vezes deixava o leitor atordoado pela sua vacuidade insípida.” O monge Roberto de Reims foi contratado para reescrever o Gesta completa visando a beleza histórica e literária. Houve ainda outros embelezamentos.
Porém, o original ficou conservado até nossos dias, constituindo uma das mais prezadas fontes contemporânea da Primeira Cruzada.
Esse original foi escrito em latim.
O nome completo é Gesta Francorum et aliorum Hierosolymytanorum(“Gesta dos Francos e os outros peregrinos para Jerusalém”). Esta Crônica narra os acontecimentos da Primeira Cruzada a partir do lançamento, em novembro 1095 até a batalha de Ascalon, em agosto de 1099.
Ninguém sabe o nome do autor (que muitas vezes é referido como “Anônimo”), mas é sabido que fazia parte do exército cruzado recrutado por Boemundo de Taranto em 1096, no ducado de Apúlia, sul da Itália. Quase certamente foi um normando ou italiano, e deve ter sido apenas um cavalheiro, e não um grande líder ou um clérigo.
O relato foi composto e redigido durante a Cruzada com a ajuda de um escriba que, ocasionalmente, acrescentou comentários pessoais.
A Gesta descreve o dia-a-dia da Cruzada (itinerário, operações táticas, logística) e aquilo que se passava no ânimo dos cruzados (mudanças de estados de espírito, disposições em relação aos gregos, etc.). Enquanto depoimento de uma testemunha ocular dos acontecimentos, a Gesta tem um valor incomparável.
Para os contemporâneos cultivados da Idade Média, seu autor era um “rústico”. Foi assim que Gilberto de Nogent escreveu sua Dei gesta per Francos (1108) com base no original, mas dizendo que ele “muitas vezes deixava o leitor atordoado pela sua vacuidade insípida.” O monge Roberto de Reims foi contratado para reescrever o Gesta completa visando a beleza histórica e literária. Houve ainda outros embelezamentos.
Porém, o original ficou conservado até nossos dias, constituindo uma das mais prezadas fontes contemporânea da Primeira Cruzada.
Esse original foi escrito em latim.
Gesta Francorum
1. Urbano II: O Discurso em Clermont
Ao chegar a hora de cumprir o que Nosso Senhor
ensina aos fiéis diariamente, especialmente no Evangelho: “Se alguém quiser vir
após Mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”, uma poderosa
agitação tomou conta de toda a região da Gália.
A idéia era que, se alguém quisesse zelosamente seguir o Senhor, com coração e mente puros, e desejasse fielmente carregar sua cruz seguindo as Suas pegadas, não hesitaria em tomar o caminho do Santo Sepulcro.
E assim Urbano, Papa da Sé Romana, com seus arcebispos, bispos, abades e sacerdotes, tão logo puderam, puseram-se a caminho para além das montanhas e começaram a fazer sermões e a pregar com eloqüência, dizendo: “Aquele que quiser salvar sua alma não deve hesitar em pegar humildemente o caminho do Senhor, e se não tiver dinheiro suficiente, a misericórdia divina lhe dará o bastante”.
Então o senhor apostólico continuou: “Irmãos, devemos suportar muito sofrimento pelo Nome de Cristo ‒ miséria, pobreza, nudez, perseguição, necessidade, doença, fome, sede, e outros males deste tipo, como o Senhor disse a Seus discípulos: “Vós deveis sofrer muito por causa de Meu Nome” e “Não vos envergonheis de Me confessar diante dos homens; em verdade eu vos darei boca e sabedoria”, e, finalmente, “Grande será a vossa recompensa no Céu”.
E quando este discurso começava a repercutir fora, pouco a pouco, por todas as regiões da Gália, os Francos, após ouvirem tais relatos, imediatamente mandaram costurar cruzes sobre seu ombro direito, dizendo que seguiriam unanimemente os passos de Cristo, pelos quais tinham sido resgatados das garras do inferno.
A idéia era que, se alguém quisesse zelosamente seguir o Senhor, com coração e mente puros, e desejasse fielmente carregar sua cruz seguindo as Suas pegadas, não hesitaria em tomar o caminho do Santo Sepulcro.
E assim Urbano, Papa da Sé Romana, com seus arcebispos, bispos, abades e sacerdotes, tão logo puderam, puseram-se a caminho para além das montanhas e começaram a fazer sermões e a pregar com eloqüência, dizendo: “Aquele que quiser salvar sua alma não deve hesitar em pegar humildemente o caminho do Senhor, e se não tiver dinheiro suficiente, a misericórdia divina lhe dará o bastante”.
Então o senhor apostólico continuou: “Irmãos, devemos suportar muito sofrimento pelo Nome de Cristo ‒ miséria, pobreza, nudez, perseguição, necessidade, doença, fome, sede, e outros males deste tipo, como o Senhor disse a Seus discípulos: “Vós deveis sofrer muito por causa de Meu Nome” e “Não vos envergonheis de Me confessar diante dos homens; em verdade eu vos darei boca e sabedoria”, e, finalmente, “Grande será a vossa recompensa no Céu”.
E quando este discurso começava a repercutir fora, pouco a pouco, por todas as regiões da Gália, os Francos, após ouvirem tais relatos, imediatamente mandaram costurar cruzes sobre seu ombro direito, dizendo que seguiriam unanimemente os passos de Cristo, pelos quais tinham sido resgatados das garras do inferno.
Fonte: August C. Krey, The First
Crusade: The Accounts of Eyewitnesses and Participants, (A Primeira Cruzada:
relatos de testemunhas e participantes), Princeton: 1921, pp. 28-30.
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