Quando o Imperador soube que o
honradíssimo Boemundo tinha vindo até ele, ordenou que este fosse recebido com
honras e cuidadosamente instalado fora da cidade.
Quando ele tinha sido assim instalado, o ímpio
imperador mandou buscá-lo para que fosse falar com ele em segredo. Com a mesma finalidade, vieram
o Duque Godofredo com seu irmão, e finalmente o Conde de St. Gilles
aproximou-se da cidade.
Então, o Imperador, em ansiosa e ardente fúria,
estava excogitando algum modo pelo qual pudessem hábil e fraudulentamente,
conquistar esses Cavaleiros de Cristo.
Mas a Graça Divina, revelando (seus planos), fez com que nem ele nem seus
homens achassem tempo ou lugar para lhes fazer mal.
Por fim, todos os líderes nobres que estavam em Constantinopla
se reuniram. Temendo que fossem privados de seu país, eles decidiram em seus
conselhos e cálculos engenhosos, que nossos duques, condes, ou todos os líderes
deveriam prestar um juramento de fidelidade ao Imperador.
Estes absolutamente recusaram e
disseram: “É-nos realmente indigno e, além disso, parece-nos injusto prestar um
juramento a ele.”
Por ventura nós seremos ainda muitas vezes
enganados por nossos líderes. No final, o que deveriam eles fazer? Eles dizem
que por força da necessidade humilharam-se, quisessem ou não, à vontade do
injustíssimo Imperador.
Contudo, ao poderosíssimo Bohemundo, a quem ele
temia enormemente porque em tempos passados (Bohemundo) muitas vezes o tinha
expulsado do campo com o seu exército, o Imperador disse que, se ele, de bom
grado prestasse-lhe juramento, dar-lhe-ia, em troca, terras na extensão de
quinze dias de viagem até Antioquia, por oito de largura. E ele (o imperador) jurou-lhe
de tal modo que, se ele observasse fielmente o juramento, nunca ultrapassaria
sua própria terra.
Por que razão cavaleiros tão corajosos e tão
fortes fizeram isso? Porque eles foram constrangidos por muita necessidade.
O Imperador também fez a todos os nossos homens
uma promessa de segurança.
Do mesmo modo, fez ele o juramento de
que ele, juntamente com seu exército, viria conosco, por terra e por mar; que
fielmente nos forneceria provisões por terra e mar, e que ele diligentemente
repararia nossos prejuízos; além disso, que ele não queria e nem permitiria que
qualquer um dos nossos peregrinos fosse perturbado ou molestado a caminho do
Santo Sepulcro.
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